Não Fui



eu não fui a noite que te adormeceu, nem o cobertor que te aqueceu. Não fui o sol da manha, não fui o teu despertar, eu fui um olhar distante, um horizonte onde a incerteza acampa, e o medo paira, um momento estranho, uma combustão de sentimentos e...Eu estou escrevendo não procurando sentido, estou escrevendo não procurando motivos, estou apenas colocando palavras no ar, palavras essas que são profundas demais pra não serem ditas, as palavras que não falam só as escritas, mas escritas martelam a mente, as escritas no livro do pensamento, e esse soberano voa sem rumos sem destinos, queria eu domina-lo, agarra-lo em sua pressa! Fragmenta-lo em sua força, e dominar EU não ele, mas o tempo é espaço, descobri que nunca estamos no mesmo espaço, é eu também gosto dessas coisas paradoxais, essas enzimas da nossa mente que povoam o espaço de palavras que correm para nossas entranhas, onde jaz um mar de palavras, por vezes inquieto, movido pelo vento interno das coisas que não podemos dizer, das nossas inverdades, das nossas estranhices, quem somos? Palavras? Supomos apenas supomos, é que os homens contendem nas suas protuberâncias desconexas, em suas variantes que não precisam dizer coisa alguma, se o teu sentimento estiver a flor da pele, você não precisa entender essas palavras você vai enxergar um quadro pintado, e isso é o bastante, o que esse quadro te diz? Por que ele te absorve? Absorve-te, mas não te completa, te rodeia, mas não te alcança, te mira, mas acaba fugindo, tudo porque o rio segue, o mar se acaba no oceano, e nós somos mais que um oceano de palavras.



Autor:Lelo Camillo

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